O exame de tomografia computorizada (TC) de tórax ou torácico serve para auxiliar o médico no diagnóstico de diversas patologias (doenças) do pulmão e da caixa torácica, mas também na avaliação de patologia das estruturas do mediastino como doenças cardiovasculares, incluindo os grandes vasos (angio-TC), entre outras. Veja mais informação em indicações do exame.
Esta técnica tem como base o recurso a radiação ionizante, de forma semelhante à radiologia convencional (Raio X), mas com uma maior exposição relativa. A imagem produzida resulta de um princípio simples: um emissor emite a radiação fazendo-a atravessar o corpo humano (neste caso o tórax), sendo depois recebida (por um recetor), permitindo a sua análise pelo médico radiologista. No caso da tomografia computorizada, são efetuados diversos “cortes” nos tecidos a analisar, e através de algoritmos complexos e sistemas computacionais (daí a palavra computorizada), são geradas as imagens usadas para diagnóstico médico.
A denominação “tomografia axial computorizada” (TAC) prende-se com a tecnologia usada inicialmente para a formação de imagem. No entanto, esta tecnologia (axial) foi substituída pela helicoidal, entretanto desenvolvida. O exame passou, então, a denominar-se unicamente por tomografia computorizada (TC). Ou seja, as designações “TC do tórax” e “TAC do tórax” referem-se ao mesmo exame.
Indicações da TC do tórax
Entre outros, o exame está indicado na avaliação dos seguintes sinais e sintomas, quando se suspeita que possam ter origem em patologia torácica como:
- Dispneia (“falta de ar”, dificuldade em respirar);
- Tosse;
- Expetoração;
- Síbilos (“pieira”, “chiadeira”);
- Fadiga (cansaço);
- Dor (dor no peito, dor nas costas);
A tomografia de tórax possui indicação, no estudo de várias patologias (doenças), sendo as mais relevantes:
- Pneumonia complicada;
- Tuberculose;
- Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC);
- Enfisema Pulmonar;
- Asma complicada ou não controlada;
- Tumores benignos e malignos (cancro);
- Patologia dos grandes vasos como a aorta torácica (ex: aneurisma, disseção);
- Hipertensão pulmonar;
Para além das patologias atrás apresentadas, que estão entre as mais frequentes na população, muitas outras podem ser avaliadas recorrendo à tomografia torácica. Por outro lado, muitas vezes, a indicação do exame é para esclarecer achados descritos num exame de radiologia convencional (“Raio- X torácico”) previamente efetuado.
TC do tórax com contraste
Na tomografia computorizada (TC) do tórax com contraste é estudado o comportamento vascular das estruturas em análise, completando a avaliação inicial sem contraste. A denominação tomografia do tórax sem contraste (TC de tórax sem contraste), como o próprio nome indica, é utilizada para nos referenciarmos à ausência de contraste.
Os produtos de contraste iodados são administrados por via endovenosa (EV) e permitem aumentar o contraste entre as estruturas, importante sobretudo no estudo das estruturas vasculares do mediastino. Também permite uma melhor caracterização de nódulos ou massas torácicas.
A utilização de produtos de contraste iodados está contra-indicada em doentes com insuficiência renal grave e com história de anafilaxia prévia.
As reações adversas com produtos de contraste iodados usados em TC são mais frequentes quando comparadas com o uso de gadolínio – contraste usado em ressonância magnética (RM). Neste sentido, a RM de Tórax pode ser uma alternativa em alguns casos (sobretudo patologia do mediastino) nos doentes com maior risco.
Quem pode realizar o exame?
O exame pode, geralmente, ser realizado por qualquer pessoa de uma forma célere e confortável, contudo o seu recurso deve ser limitado e devidamente justificado, sobretudo em pacientes jovens, dada a exposição à radiação ionizante.
A realização do exame não causa ao paciente qualquer tipo de dor, uma vez que a tomografia computorizada é um exame não invasivo e indolor.
Caso exista a necessidade de realização da tomografia em crianças, o exame poderá ser executado utilizando sedação (anestesia), sendo contudo sempre preferencial o recurso a outros meios de diagnóstico que não utilizem radiação ionizante.
A gravidez constitui uma contra-indicação no que diz respeito à realização de exames imagiológicos que usem radiação ionizante, pelo que a mulher grávida não deverá, por norma, ser submetida a TC. Todavia, em função do contexto clínico, poderá estar aconselhada a execução de TC, por exemplo em casos de emergência e sem acesso a avaliação por RM.
Quanto tempo demora uma TC de tórax?
A duração média para a aquisição de uma TC de tórax é geralmente inferior a 1 minuto, contudo se incluirmos a preparação e o posicionamento do doente no aparelho, o tempo total desde a entrada na sala, é geralmente 10-20 minutos.
Em caso de necessidade de administrar contraste este tempo é superior, uma vez que é necessária a punção para criar um acesso venoso e a realização de mais do que uma aquisição.
Jejum na TC de tórax
No caso da tomografia de tórax sem contraste não é necessário que o paciente realize qualquer tipo de preparação antes do exame.
Porém, o doente deverá estar em jejum, nunca inferior a 4 horas, nos casos em que é necessária a administração de contraste iodado por via endovenosa (TC de tórax com contraste). Neste caso, o doente deverá ser esclarecido antecipadamente pelo Serviço de Radiologia onde irá realizar o exame, se existe a possibilidade de ser necessário contraste.
O paciente pode tomar a medicação habitual. Qualquer tratamento medicamentoso deve apenas ser suspenso sob indicação do médico.
Como é feita a TC do tórax?
É solicitado ao doente que troque a roupa por uma bata e que retire todos os objetos metálicos de que se faz acompanhar, nomeadamente, o relógio e acessórios em geral.
O doente é colocado em decúbito dorsal (“barriga para cima”) na mesa que deslizará para o interior do aparelho de TC.
O exame é realizado por um técnico de Radiologia. Durante a sua realização, o paciente acolherá instruções via intercomunicador, podendo mesmo pedir a suspensão do mesmo, caso se sinta incomodado. O doente deve permanecer imóvel, uma vez que qualquer movimento danificará a imagem médica (tal como acontece quando nos mexemos e tiramos uma fotografia).
Após a validação do relatório final por parte do médico radiologista é que o resultado do exame é conhecido. O estudo da TC do tórax será considerado normal se as estruturas observadas não mostrarem alterações importantes ou suspeitas; por outro lado, a existirem alterações valorizáveis serão relatadas pelo médico radiologista, devendo estas serem relacionadas com outros MCDT e história clínica.
Por: SAUDEBEMESTAR
Publicado em: 09/11/2018
Fonte: https://www.saudebemestar.pt/pt/exame/imagiologia/tc-de-torax/